
INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA LATINA
Introdução
A independência da América Espanhola foi um processo histórico que teve ocorrência entre os anos de 1810 e 1898, em que as colônias espanholas na América conquistaram suas respectivas independências a partir das influências de movimentos revolucionários, como por exemplo, ideais iluministas, independência dos EUA e Revolução Francesa. Esse processo levou a formação de novos países na América Latina, além de ter consequências importantes para a história e cultura das regiões em que ocorreram.
Vale a pena ressaltar, também que, a população local se rebelou contra o domínio colonial, quando ficou enfraquecida pela ocupação francesa na Espanha, esses movimentos foram liderados por figuras como Simón Bolívar e José de San Martín.
Contexto
A América latina estava dividida em quatro vice-reinos e quatro capitanias gerais: Nova Espanha, composto pelo México e parte dos Estados Unidos; Nova Granada, integrada pelos atuais territórios de Colômbia, Panamá e Equador; Peru, correspondente ao Peru; Rio da Prata, constituía a área equivalente à Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia; e as capitanias gerais eram os territórios de Cuba, Guatemala, Venezuela e Chile.
Ainda nesse contexto, os Estados Unidos promoveram o processo de independência colonial, influenciado por ideais liberais, e criaram uma república presidencialista democrática, no continente americano, tornando-se uma grande influência.
População
A sociedade era hierarquizada, composta por:
- Criollos: a maioria dos brancos fazia parte dessa elite, descendentes dos espanhóis nascidos na Espanha e eram impedidos de ascender socialmente (apenas em 1808 que teve um bispo criollo);
- Chapetones:
colonos nascidos na Espanha, ocupavam os principais cargos do governo, exército
e na igreja;
O conflito entre essas duas elites era esclarecido de forma intelectual e política, até que se deu os movimentos da independência.
Processo para a independência
Entre 1808 e 1824, o império espanhol desmoronou por diversos fatores e objetivos, como: a influência da Independência dos EUA e de outros países, troca de pacto colonial por livre comércio, e a expansão do império napoleônico que ocupou até a Espanha nesse período, além disso, havia o apoio militar do Haiti e financeiro da Inglaterra.
Por conta dessas causas para a independência de alguns países, os espanhóis não se contentaram, então tomaram medidas para extrair riquezas da américa:
- Monopólios sobre produtos;
- Retomada da administração dos impostos, além de aumentá-los;
- Extinguir o sistema de portos únicos e autorização de 20 portos a fazerem comércio com a Espanha, aumentando a circulação de mercadorias e arrecadação fiscal.
Claramente, essas medidas não favoreceram os criollos, pois o objetivo deles era a pretensão de um livre comércio. E as classes sociais mais pobres também não foram beneficiadas em suas vidas. Também, as diferenças entre a sociedade hispano-americana, formada por maioria indígena, mestiços e afrodescendentes e com minoria branca (criollos e chapetones), estavam cada vez mais visíveis.
Nesse contexto de reformas, em 1808, a Espanha foi invadida pelo exército napoleônico, substituindo seu rei Fernando VII pelo irmão de Napoleão, José Bonaparte. A partir dessa invasão, os espanhóis desviaram a atenção de suas colônias para seu país, além da sociedade dos criollos decidir organizar as Juntas Governativas (governo autônomo formado por cabildos) para lutar pelas suas respectivas independências.
As guerras de independência são divididas em duas fases: Rebeliões fracassadas ou Revolução Malograda (1810 a 1816) e Rebeliões vitoriosas (1817 a 1824).
Revolução Malograda
Antes de tudo, o termo "malograda" se refere ao fracasso das tentativas para a independência. Essa revolução foi entre 1810 e 1816, onde os criollos haviam formado uma unidade política autônoma, além de obtiverem importantes vitórias contra os realistas (representantes do rei da Espanha ou favoráveis a ele) e a Inglaterra não apoiou diretamente, por conta das guerras napoleônicas. Também, os espanhóis estavam atentos ao seu território ocupado pelos franceses.
Nessa revolução, três movimentos foram importantes para esse processo de independência:
- México- 1810 a 1813, levante indígena liderado pelos padres espanhóis Miguel Hidalgo e José María Morelos, onde tinham como objetivo o fim da servidão indígena, igualdade entre os cidadãos e o principal de todos, a independência.
- Venezuela- 1811 a 1813, movimento chefiado pelos criollos Francisco Miranda e Simón Bolívar.
- Paraguai- 1811, único movimento de independência a obter êxito no fim.
Rebeliões vitoriosas
A revolução vitoriosa foi um movimento ocorrido entre 1817 a 1824, onde esteve sob liderança de Simón Bolívar (ideias republicanos) e José de San Martin (ideais monarquistas). Essa fase iniciou-se com a queda de Napoleão e a volta do rei espanhol Fernando VII no trono, retomando o absolutismo, assim mandando uma expedição com um exército para combater os movimentos de independência. Essa revolução atingiu as províncias espanholas, atualmente chamadas de Argentina, Venezuela, Peru, Bolívia, Equador e Colômbia, sendo alguns países tornando-se livres na revolução malograda, porém demoraram para serem considerados independentes.
Apesar dos dois líderes desse movimento serem muito diferentes, era claro que nada seria vitorioso sem a união dos dois chefes e, por isso, foi organizada a Conferência de Guayaquil em julho de 1822, no Equador. Nessa conferência, foi debatido a organização das tropas, pautas para garantir a independência nas províncias, e concordância em continuar com a liderança de Bolívar e suas ideias republicanas.
Também, entre junho e julho de 1826, ocorreu o Congresso do Panamá, no qual, novamente os lideres discutiram a criação de uma confederação hispano-americana, promovendo a unificação do continente americano. Foram participantes do congresso, Colômbia, México, Peru, Bolívia e a República Federal da América Central (atualmente Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Guatemala e El Salvador), entretanto a unificação não foi aprovada e o projeto foi abandonado.
Conclusão e consequências
Esses movimentos de independência da américa espanhola modificaram a sua identidade e política profundamente, caracterizando o fim do império colonial espanhol na região. As consequências dessas rebeliões se destacam atualmente, por exemplo, a manutenção da estrutura econômica agroexportadora e industrialização tardia, gerando países com economias dependentes de importações e a fragmentação territorial das ex-colônias, que se dividiram até formar as nações contemporâneas.
Fontes de pesquisa
https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/independencia-america-espanhola.htm
https://www.todamateria.com.br/independencia-da-america-espanhola/
https://querobolsa.com.br/enem/historia-brasil/independencia-da-america-espanhola
https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/independencia-da-america-espanhola.htm
Anotações em aula, além do livro didático.