PENSAMENTOS POLÍTICOS SÉC. XIX

Mapa mental sobre pensamentos políticos do séc. XIX: https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=UhqNKnM6X2o

Introdução

Durante o século XIX, com a ascensão da burguesia e dos operários no cenário politico europeu, utilizando os termos vindos da Revolução Francesa, direita passou a designar os interesses da burguesia (classe que controlava a riqueza e possuía os meios de produção) e esquerda os interesses dos trabalhadores (classe que não tinham nada além de sua força de trabalho para viver).

A industrialização e urbanização na Europa vieram acompanhadas de novos pensamentos e movimentos políticos. Além disso, a partir do Congresso de Viena (conferência em 1815 entre países europeus com o objetivo de restaurar o absolutismo após a derrota de Bonaparte), a Europa foi reorganizada, sendo considerada um dos motivos para a criação desses movimentos políticos.

Reação dos trabalhadores

Socialismo (cientifico, utópico e cristão);

Comunismo;

Anarquismo.

Reação dos burgueses

Liberalismo;

Nacionalismo.

Principais ideias políticas do século XIX

Liberalismo

O liberalismo teve seu início no século XVIII, durante a Revolução Industrial, com o seu principal fundador, defensor e considerado "Pai do Liberalismo econômico", Adam Smith, que escreveu a obra "A riqueza das Nações", além do iluminista John Locke. O Liberalismo teve grande influência na Revolução Francesa e na formação dos Estados Unidos, e ainda é uma corrente política relevante na atualidade, também, ajudou a promover a ideia de que os indivíduos têm direitos naturais e que devem ser protegidos pelo Estado.

Esse pensamento defendia a ideia de que o trabalho representava riqueza na sociedade, e não terras (ideia dos fisiocratas franceses), além de apoiar as ideologias de livre-comércio e livre concorrência entre as nações. Além disso, também defendia a propriedade privada e a lei de oferta e procura. Criticava a principal característica do mercantilismo: intervenção do estado na economia.

Socialismo

O socialismo é um sistema político e econômico que surgiu a partir das desigualdades sociais geradas pelo capitalismo, com o objetivo de promover uma sociedade mais justa, em que os meios de produção são coletivizados e coordenados em conjunto do Estado e trabalhadores. É caracterizado pela defesa da extinção da propriedade privada e das classes sociais (igualdade), e tomada do poder por meio do proletariado.

Utópico

Foi criado no início do século XIX, com seus principais teóricos Saint-Simon, Charles Fourier e Robert Owen. Pela via pacifica, eles propunham dinâmicas que diminuiriam as diferenças sociais sem pôr fim à estrutura social capitalista. Esse pensamento foi bastante criticado por Marx e Engels por defenderem a construção de uma sociedade mais igualitária, mas sem apresentarem os meios para isso e sem defenderem a abolição do sistema capitalista. Além disso, alguns deles não eram contrários à existência da propriedade privada.

Científico

Diferentemente do socialismo utópico, essa teoria criada por Karl Marx e Friedrich Engels, não tinha como objetivo criar uma sociedade ideal, apenas igualitária. Pela via revolucionária, esse pensamento estabelecia uma proposta de crítica e um caminho de superação ao capitalismo, sendo considerada uma etapa de transição para o comunismo. O socialismo cientifico acreditava que a tomada do poder deveria partir da liderança das classes trabalhadoras, assim entendendo-se que a história humana é baseada na luta de classes (classe de trabalhadores oprimidos X classes dominantes detentoras dos meios de produção). A partir da tomada de poder, os meios de produção seriam socializados, as propriedades privadas abolidas e administradas pelo Estado e a riqueza partilhada de maneira igual e justa.

Cristão

O socialismo cristão é uma corrente de pensamento que buscava unir os princípios religiosos com ideais socialistas, fundada pelo Papa Leão XIII, que escreveu a obra Rerum Novarum. Nesse pensamento é enfatizado pela via pacífica, as experiências baseadas no cooperativismo para diminuir as diferenças sociais. Além disso, com a base do socialismo, é criticado o capitalismo, por entrar em conflito com os princípios cristãos de igualdade e justiça. Embora não tenha sido implantado em larga escala, seus ideais do cristianismo favoreceram vários movimentos e políticas sociais.

Comunismo

O comunismo é uma ideologia fundada por Karl Marx e Friedrich Engels, onde seu contexto se deu nas transformações causadas pela Revolução Industrial. Esse pensamento propõe a ideia do fim das classes sociais, da propriedade privada e ausência de Estado, assim derrubando o capitalismo, por meio da nova sociedade. Em outras palavras, o comunismo é o estágio em que a sociedade terá alcançado plenamente a igualdade entre os trabalhadores. O socialismo é considerado um caminho para seguir ao comunismo, então podemos concluir que os dois termos não são a mesma coisa.

Anarquismo

Assim como o socialismo, o anarquismo surgiu da observação das desigualdades sociais e da exclusão das classes sociais mais pobres. Essa teoria surgiu com Pierre-Joseph Proudhon e teve grande divulgação com o russo Mikhail Bakunin. Sua principal característica é a supressão do Estado e a eliminação do capitalismo, além disso havia críticas à propriedade privada.

Também, o anarquismo foi criado como resposta ao capitalismo, que criava um sistema extremamente desigual na Europa, ocasionando a possibilidade de acúmulo de bens por uma pequena parcela da população e a miséria para uma maioria.

Entre os pensadores do anarquismo, Proudhon criticou a intensa presença de Estado e a aquisição da propriedade privada. E para Bakunin, era necessário seguir pela via revolucionária, a partir de ações terroristas que derrubassem de vez o Estado e implantassem um sistema político democrático direto, baseado na autogestão e sem figuras de lideranças políticas.

Nacionalismo

O nacionalismo é entendido como um conceito que explica a valorização da nação e a defesa dos interesses nacionais. Tendo como origem a Revolução Francesa e muito ligado ao patriotismo, ele promovia a ideia de que cada nação deveria ter seus próprios direitos e Estado.